Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
(O sorriso, de Eugénio de Andrade)
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3 comentários:
Para um sorriso deste, quem não se joga de cabeça?
que lindo! que gênio, o eugênio. quem é ele? não o conheço. onde posso encontrar mais sorrisos e poesias dele?
A boca,
onde o fogo
de um verão
muito antigo
cintila,
a boca espera
(que pode uma boca
esperar
senão outra boca?)
espera o ardor
do vento
para ser ave,
e cantar.
(Eugênio de Andrade)
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