quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Para sonhar

Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.


(O sorriso, de Eugénio de Andrade)

3 comentários:

Bernardo Guimarães disse...

Para um sorriso deste, quem não se joga de cabeça?

katherine funke disse...

que lindo! que gênio, o eugênio. quem é ele? não o conheço. onde posso encontrar mais sorrisos e poesias dele?

Janaina Amado disse...

A boca,

onde o fogo
de um verão
muito antigo

cintila,

a boca espera

(que pode uma boca
esperar
senão outra boca?)

espera o ardor
do vento
para ser ave,

e cantar.

(Eugênio de Andrade)