domingo, 21 de setembro de 2008

Bem simples

É, já pedi dinheiro na rua. Estão perplexos? Vou contar.
Primeiros dados:
* Matuta, em plena Feira de Santana. Precisava ir ao hospital visitar pai, que estava internado.
* Sempre tinha a mania de sair, na cidade grande, com o dinheiro contadinho. Mania de quem vinha e vive no interior e que, ao sair para a rua, não precisa levar dinheiro na bolsa. Nem a bolsa.
Outros dados:
* Eu no ponto de ônibus do bairro Sobradinho. Iria para a avenida Getúlio Vargas.
* No bolso, somente o dinheiro do ônibus.
Mais outros dados:
* Eu peguei o ônibus que só iria até metade do caminho. Mas até então não sabia disso.
* Na metade do caminho, o ônibus pára. Todo mundo desce. Inclusive eu, a última a descer, sem entender nada.
* Não, aquela rua não era a rua do hospital... Onde era o hospital? Me responderam "na getúlio vargas".
* Isso eu já sabia. E soube depois que pra chegar lá, só andando ou pegando outro ônibus.
* Decididamente: se fosse andando me perderia naquele mar de gente e rua.
* Decididamente: não tinha dinheiro para pegar outro ônibus.
* O que fazer?

Vi uma mulher segurando a mão de um menino pequeno, em pé, no ponto, com a cara virada para os ônibus que chegavam. Claro que o ônibus dela não era aquele que chegava agora. Toquei no seu braço e lhe pedi o dinheiro de uma passagem. Tentei explicar porque estava pedindo e ela fez uma boca de riso. Abriu uma bolsinha pequena. De lá tirou os cruzeiros (ou cruzados, não lembro) que eu pedi. E botou na minha mão.

11 comentários:

Janaina Amado disse...

E vc. chama isso de bem simples? Compicadíssimo! Emocionante.

Janaina Amado disse...

E vc. chama isso de bem simples? Compicadíssimo! Emocionante.

Flor do Mel disse...

ehhh... nunca se sabe qd passaremos por uma situação dessas!
Sei como é se sentir um "peixe fora d'água"!rs
Bjos

Anônimo disse...

Assino a mensagem de Jana. Não sei como a mulher não botou a menina no colo.
Sempre tem uma graça pelo meio... o povo do interior que sai sem bolsa.

Anônimo disse...

Já aconteceu algo assim comigo aqui em Salvador, peguei o ônibus errado. As pessoas nem desconfiam como eu sou atrapalhada, quer dizer, algumas sabem (rs). Beijos. M.

Anônimo disse...

Caramba me sinto mal agora com isso, certamente nao daria o dinheiro sempre tiro conclusoes sinistras.
Nauta ia t deixar a pe! Ainda bem nao pediu pra mim!

Personagem Principal disse...

Eu ía achar que era conversa fiada tb, mas acho que te daria a passagem, sim, Nautita. Rs... Beijos.

Anônimo disse...

Vim dizer que nem sempre comento, mas todo santo dia estou aqui me deliciando com seus textos. Um beijo prá vc.

Menina da Ilha disse...

Então já é "pidinte" antiga. Esqueceu de quando pegou o ônibus errado e entrou antes de mim e eu fiquei no ponto com todo o dinheiro da nossa passagem?

Bernardo Guimarães disse...

Todo mundo devia passar por isso. Melhorava de vida!

Anônimo disse...

Acabo de colocar a leitura em dia de uns dez posts e dezenas de comentários. Gostei muito do que li. Mas mesmo sem ter lido, conhecia pelo menos dois posts recontados e elogiados por Soraya, que se viu neles. Ela acha que conhece você e Menina da Ilha da época da universidade. Ela chegou a comentar aqui mas fez barberagem e o comentário não ficou registrado. Enfim estou de volta e bastante satisfeito com a leitura.