sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

tocantins


Estávamos todas em Tocantins. Pegamos a excursão no ato. Preço módico: trezentos reais pelas três: eu, mãe, minha irmã. Nem pensamos duas vezes: dali mesmo, na rua, com a roupa do corpo, entramos no ônibus. Tocantins era uma cidade plana, com tantas pessoas comuns andando nas ruas, com uma atmosfera de nave de igreja, um destino deliberado em mãos alheias. É, as pessoas liam as mãos pelas calçadas, com a boa vontade jamais vista. Notei que tinha chegado no lugar certo e estirei as mãos aos passantes como quem abre as cartas ao mundo. Lembro perfeitamente do meu eme na mão esquerda, espalmada ao crepúsculo. Era um final de tarde, tão lindo o lusco-fusco em Tocantins! Ah, o meu amor vindo, vindo, previsto nas linhas de um eme torto, cheio de garras e descaminhos...



Imagem: Fim de tarde no tocantins, por luiz pantoja.
(www.flickr.com)

9 comentários:

Unknown disse...

Você fez falta ontem. Em compensação estava lindamente escrevendo para nos presentear no blog. Valeu!

Andréia M. G. disse...

Nesse eme torto estão as linhas do destino. O seu é escrever, sem dúvidas! :-)

Marcus Gusmão disse...

Fez mesmo.

Gerana disse...

Falta enorme, vc sabe.

Anônimo disse...

O amor é um imprevisto.

Edu O. disse...

Adoro a poesia que você faz em minha imaginação com as imagens que cria.

Moniz Fiappo disse...

Continue escrevendo assim enquanto o amor não vem.(E depois, também).

Nilson disse...

Lindo!!!

Sergio Storino disse...

Adorei.