quinta-feira, 7 de junho de 2012

Baby



para Mã


Onde se escondeu a menina
que colocava rabo de papel nos transeuntes?
O que foi feito dela, a Baby de Raul Seixas,
namorando escondido?
O que foi feito de seus treze anos,
límpidos, como vitrines de outro mundo?

Tenho saudades dela,
livre da moral dos homens.
Tenho saudades dela,
primitiva, como os sonhos.

Seus cabelos cacheados estão presos
na fechadura de uma porta antiga.
É preciso que anjos terríveis,
aqueles que transgridem no céu,
soltem seus cabelos, esses cachos,
tragam de volta a menina.


7 comentários:

Mã disse...

Aquela menina cresceu e foi tentando se ajustar ao mundo dos mortais. Queria ser normal, ser boa, ser igual. Não deu certo. Pensavam que a Menina era de ferro, mas não era. Então, ela foi se decepcionando aqui, ali e acolá. Hoje aquela menina mora num mundo só dela, onde só tem conhecidos. Amigos não moram lá. Conhecidos não magoam ninguém porque não se cria expectativas sobre eles.Amigos sim. Aquela menina que queria ter o mundo nas mãos, hoje só quer viver em paz, sem sofrer por mais ninguém. Aprendeu a não "jogar sua trouxa" na porta dos outros. Resolve seus problemas sozinha e não incomoda mais ninguém. Sinto muito lhe decepcionar Aeronauta, mas a Menina não quer mais voltar. À sua maneira está bem. Não se preocupe. Bjos.

Anônimo disse...

Aero! Você, Aero... Ma-ra-vi-lho-sa!
Não que eu goste ou queira alimentar esse tipo de discórdia, mas adorei a sutileza de seus reclames.
..."É preciso que anjos terríveis (...)tragam de volta a menina."
Todos nós temos saudades dela que era aquela menina. Pena que ela esteja indiferente a isso.
Não adianta, Aero, o que me parece é que nem mais os "anjos" têm sentimento, mesmo os de bom juízo.(rs)
Desculpe-me o anonimato, mas é que diante do melindre que envolve o assunto, prefiro não aparecer.
Apesar de, ficarei torcendo para que vocês se entendam.

Abraços,
Um(a) amigo(a)

aeronauta disse...

Adorei o comentário acima! Ma-ra-vi-lho-so!!

aeronauta disse...

Mã, essa menina para mim nunca vai deixar de existir; e eu vou continuar tendo saudades dela. E esperando sua volta. Bjos.

Marta F. disse...

Eis-me, onde o acaso me trouxe hj, talvez pq vc tbm acredita e vive subservientemente a ele como eu. Inspiremo-nos então, eu ainda menina, primitiva, como os sonhos. Grande abraço, querida, valeu o dia.

Marta F. disse...

Eis-me, talvez pq vc acredite e viva subserviente ao acaso, como eu. Inspiremo-nos então, eu ainda primitiva, como os sonhos. Abrs...

aeronauta disse...

Oi,Marta F., que bom tê-la de volta a essa casa! Saudades de seus comentários.
"Viver subserviente ao acaso": bonito isso!