segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
crônica "nacionalista"
Viver num mundo em quem o grande deus é o dindim, o vil metal. Viver num país em que a idolatria aos estrangeiros beira à cafonice, à idiotia. No ano retrasado inventei de passar o são joão no Capão, e o que lá encontrei foi bizarro: um monte de neohippies ricos e cheirosos e cabeludos, a maioria gringos, vendendo e comprando a rodo tudo o que se vendia e comprava, e era muita coisa. As casas dos antigos moradores, nativos, foram transformadas em restaurantes com estilo natureba e lojas de miudezas chiques, rua com cara e vestimenta de um enorme shopping center. Estrangeiros de todo o mundo, ganhando dinheiro com pousadas e restaurantes. Não vi um nativo sequer. O consumo roubou o lugar de todas as ideologias, e Che é comprado aos montes, assim como Raul Seixas, em camisas de oitenta reais. A mesma coisa agora vi em Itacaré, lugar que até então não conhecia. Milhões, zilhões de estrangeiros com resorts, pousadas, restaurantes e lojas, todas caríssimas, e os nativos sucumbidos em suas quintadas de cadeiras de plástico amarelas, ou, tristemente, vendendo queijos na praia. Os estrangeiros branquelos paparicados como nenês bem nascidos... Todos nós estupidamente colonizados, de novo, e sempre.
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3 comentários:
Senti a mesma angústia ao conhecer Morro de São Paulo anos atrás. Os estrangeiros eram os donos da terra, enquanto que os brasileiros, que ali residiam, apenas sobreviviam.
Um país cujo capitalisamo "copiadamente" impera abre os braços ao que lhe é estranho, estrangeiro, como a pior das prostitutas abre suas pernas, e em troca de dinheiro, vende ilusões.
Hoje, depois de algumas observações, eu fico meio confuso diante dessas situações. Não sei se, de alguma forma, a gente não merece mesmo esse cabresto que volta e meia enfiam em nosso pescoço e que a gente parece aceitar tão indolentemente. Sei não. É caso pra estudo mais minucioso.
Anônimo I
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