sábado, 16 de março de 2013
na sala de espera
Esse aqui está virando um blogue sobre doença. Enfim, fazer o quê? Preciso conversar com alguém e ainda não tenho psicoterapeuta.
Mas não me lembro nitidamente bem de nossas relações na infância. Somente sei que ela era uma menina de cabelo mole, preto que chegava a ser azul, mais velha que eu um ano, e sempre prafrentex. Diriam hoje uma menina linda, e eu fazia comparação do cabelo dela com a minha carapinha. Ô, perguntava a Deus, por que meu cabelo teve que puxar ao cabelo de pai e não ao de mãe?
Enfim, meu cabelo puxou ao de pai, crespo e que só era domado com tranças.
Lembro disso tudo porque há uns quatro ou cinco anos ela me dava uma carona para a rodoviária, em Salvador. Eu estava indo para Xiquexique, ministrar aulas, uma viagem de mais ou menos onze horas.
Chegando perto do Dique ela começou a me contar uma história do salão de beleza que frequentava. Que enfim ela tinha descoberto tudo: a amiga do peito fazia chapinha e escondia isso, mas ela descobriu tudo com a dona do salão.
Olhava o Dique, os orixás e ouvia o que ela contava, sem parar, e de repente comecei a me sentir mal.
Me deu uma tontura, o mundo começou a ficar longe, eu bem longe, bem longe, bem longe.
Claro que não consegui viajar.
Claro que fui para o hospital.
E que fiquei um tempão sem querer carona dela para a rodoviária.
Coisas da doença, medo de sentir mal perto do Dique, etc...
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Um comentário:
Esse blog é cantinho especial da sua escrita! Adorei voltar aqui e encontrar publicações novas...
Um beijo,
Mila
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