domingo, 14 de fevereiro de 2010
Silêncio e prece
Agora que eu sei o que há
dentro da mais absoluta solidão
E que penetrei camadas e mais camadas de silêncio
no corpo da terra
E revistei pedra por pedra do imenso templo que carrega
essa infinita tarde aérea, incorpórea; e que nega
qualquer ausência, qualquer invenção de música
solitária...
Agora que eu não sou mais densa, e me espraio
em areias, como pássaro livre e triste;
E me desato a rir, sem medo de adeuses, sem laços
fugitivos ou breves, sem cápsulas terrestres...
Agora, só agora, sozinha, posso ver-te.
És um clarão: solidão sem versos.
Silêncio e prece.
Imagem: "Foto 15", por maira audi.
(www.flickr.com)
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5 comentários:
Bravo, aero! Belíssimo poema.
Aero quintessenciada! Maravilha de poema!
Um silêncio, uma tarde de terça sem carnaval e uma beleza de poema.
Tudo perfeito.
Amo a sua poesia, Mulher Alada. Bjs
Bem metafísico, esse. Muito bom!
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