A poeta
(Para Ângela que me ensina a beleza e a liberdade, sem saber)
Houvera de andar, por aí
A colecionar detalhes
E tecer em versos
Raras minúcias
Fina agulha
No abismo mais temido da alma
Docemente atingida
Devassada
Sem saída
Houvera de andar, por aí
Escolhida pelas palavras
Para o dizer
Mais improvável
Mais pungente
E provocar
Silenciosamente
O estranho grito de se ser
Houvera de andar, por aí
Com a força latente da terra
Dos rios
Do mato
Impregnadas com suas garras
Na rebeldia de seus longos cabelos
Que ela esvoaça, por aí
Suavemente
E os bobos nem percebem
Andar-aí.
Denise Magalhães
4 comentários:
Querida amiga,fico muito feliz que tenha gostado do meu dizer,e obrigada pelo aprendizado, pelo contágio.
Bjo.
Belo poema, Ângela. E você merece todos os presentes. Bjs
Quanto aos longos cabelos rebelde e propositadamente por ela esvoaçados, quem não é bobo percebe e até os acaricia das mãos com os dedos, como a compor uma demorada poesia tão boa de se sentir e tocar na hora de despentear.
Abraços,
Anônimo I
Merecida homenagem, parabéns Denise! Soube transcrever tão bem a bela mulher que a Ângela formou nesses passados anos.
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