
preciso sair da raiva e entrar no amor. Botar o facão do lado de fora da casa e cuidar de fazer um café quentinho. Esperar a noite chegar com um candeeiro e um radinho de pilha. Preciso aprender a dormir cedo e acordar juntamente com os pássaros. Recolher tarefas gostosas de fazer, abrir a janela do escritório e ler um livro de poesia.
Seja lá onde estou, preciso voltar para a roça.
Há um milharal grande aqui dentro, uma terra vermelha
e pássaros pretos cantam que dá gosto.
E quando a gente abre os livros - aprendi isso desde menina -
a casa se enche de gente boa; gente interessante.
A vida ganha sentido.
Vou agora servir um café para meu querido Carlos Pena Filho. Que, coitado, desde sua ida tão cedo, aos trinta e poucos anos, na avenida Caxangá, nunca mais sentiu o gosto de um café fresquinho, coado em coador de pano.
Lá no céu há café expresso, Carlos, meu querido Carlos?
Acho um horror café expresso, Carlos, um horror.
3 comentários:
Muito lindo! Aqui em casa usamos coador de flanela, o cafezinho fica bom!!!! Tenha bons sonhos!
Obrigada, Ló! Bjos
bonito, angela. bonito.
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