Há dias não passo por aqui. Há dias que a casa está cheia. Gente para lá e para cá, livros amontoados nas cadeiras, nos sofás. Livros até nas panelas. Essa gente que aqui está é portuguesa, voz de Camões pela sala, de férias na minha casa. Antonio Nobre, Sá de Miranda, Florbela... Fernando Pessoa, e seu grande drama de ser, me acordando cedo, ora sendo Caeiro, ora Reis, ora o mais agoniado: Álvaro...
Ah, Camões, que lindo ouvir-te, novamente, dizer essa redondilha:
"Tenho-me persuadido
Por razão conveniente
que não posso ser contente
pois que pude ser nascido.
Anda sempre tão unido
o meu tormento comigo
que eu mesmo sou meu perigo."
Eu digo o mesmo, Camões, faço estribilho contigo...
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5 comentários:
Aeronauta, pra quem já se acostumou a ser seu próprio perigo, novidade das boas servir de inspiração a alguém. Amei seu comentário. Fiquei muito feliz. Obrigada.
Beijão.
Rapidão: Vc é homem ou mulher? Se for homem, vou te chamar de Aero e se for mulher, Nauta. Hehehe... duh!
camões, que versos!
aeronauta, que seleção!
você é um perigo só para si mesmo ou para toda a humanidade?
Deliciosa bagunça, essa, minha cara. Em que livro posso encontrar esse espécime camoniano? Abr. Carlos Barbosa
Carlos Barbosa, infelizmente não se vê esse poema nas coletâneas, que aqui são publicadas, de Camões. Encontrei esse trecho no livro "Iniciação à Literatura Portuguesa", de António José Saraiva, por sinal um grande livro. (São Paulo: Companhia das Letras, 1999)
Queria uma bagunça dessa lá em casa!
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