segunda-feira, 10 de setembro de 2007
No confessionário
Eu tinha sete anos e vestidos curtos. Sempre bem curtos. Viam a calçola. Cor de rosa. Enorme. Eu adorava mostrar essa calçola cor de rosa para a família de dona Clotildes, na hora do jantar da casa dela, principalmente para Eugênio, um meninão de seus quatorze anos, tímido como não sei nem o quê. Eu sabia que ele era tímido e queria que ele ficasse vermelho que nem um pimentão. E toda noite ia para tal casa promover o espetáculo. Na sala do jantar, a família toda reunida, uma mesa redonda, Eugênio perto da parede, eu dizia assim: "olhe, Eugênio, minha calcinha nova!" O povo todo gargalhava e ele, coitado, querendo desaparecer... Isso se repetia todas as noites. Não sei por que aquelas pessoas achavam graça naquele espetáculo repetitivo: eu sempre dizendo as mesmas palavras e a família presente rindo o mesmo riso... só o que era diferente era a calçola de cada noite, nem sempre cor de rosa, claro.
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11 comentários:
Rá...rá...espevitada, essa aérea persona! Dá uma bela cena de filme italiano...abr. carlos
ai ai ai! que sapeca...
Oie adoro seus textos...vou colocar um link no meu blog viu?
Bjao!
Adoro seus textos, coloquei vc nos meus links, sou seu fã! Bjus!
Que figura! Vejo a cena na minha cabeça!
Beijos,
Renata
Hahahaha, onde estava sua mãe que não via isso? Adorei esse post. Bjs.
Legal, e nem precisa ver a cor...
eh tao bonito ver a inocencia das criancas.. criancas...
(perdao pelo teclado desconfigurado)bjuu
Não pensei que ia fazer tanto sucesso esse post... Obrigada a todos pelos comentários! Grande abraço.
O povo é como as crianças: só lê, vê e ouve as mesmas histórias...
de calçola vc podia até trocar mas a farda ficava 6 meses sem trocar vai negar? eu sei de tudo! tudo mesmo!kakakakakakakakaka
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