sábado, 23 de outubro de 2010

no escuro


Não há mais o que falar. Esgotaram-se os assuntos. Fiquemos em silêncio, portanto, eu e você. Apaguemos as luzes. Não, não mais direi sobre solidão, nem lhe darei o braço na noite escura. Não mais gritarei ao mundo qualquer indelicadeza: sairei à francesa, com a trilha musical de mil novecentos e sessenta, numa esquecida película em preto e branco. Apaguemos, volto a pedir, as luzes. No escuro, tudo se transforma em literatura.


Imagem: cenas do filme "A moça com a valise" (1961), de Valerio Zurlini.

9 comentários:

Centelhas do outro disse...

"No escuro, tudo se transforma em literatura."
De fato. O "escuro" é bastante significativo para o ato da criação, para o surgimento da luz interior.
Abraço.

Anônimo disse...

Tô nessa. Cadê o interruptor?

Lidi disse...

Eu, que gosto tanto de silêncio e do apagar das luzes, adorei o texto. E anotei a dica de filme. Gostei de todos os que assisti de Zurlini. Mas este ainda não vi. Bjs

Gerana Damulakis disse...

Muito bem, no escuro, não é? Gostei.

aeronauta disse...

Queridos, talvez seja só um canto de ir. Se eu tiver coragem. Bjos.

Anônimo disse...

Fique mais um 'bucadinho'. Seus textos são lindos. Você é linda.

Bernardo Guimarães disse...

:??????????
Que se passa?

Moniz Fiappo disse...

Estamos num barco parecido...
Seu texto, como sempre, lindo e forte, como penso que voce é.

Nilson disse...

No escuro, claro! Tô nessa!