quinta-feira, 3 de março de 2011

um poema livre


Sempre quis escrever um poema para ele; para dizer da graça de sua dança, da grandeza de seu sorriso, do tamanho enorme de sua boca. Nunca consegui escrever poema algum, nunca consegui deter o verso que passa/ feito aura no seu corpo/ enquanto ele dança no quarto. O poema gruda nos seus dedos, nos cabelos pretos de grama e orvalho, no seu corpo magro de escravo liberto e sai pulando pelos muros, fazendo galhofa das coisas paradas. O poema encarnado nele não pára, não se torna refém de minha palavra, não se deita nunca na página.

7 comentários:

Lívia disse...

Coisa linda Ângela! tenho passado bastante por aqui, mas quase nunca consigo ficar. Hoje consegui.

Afeto,
Lívia

Muadiê Maria disse...

ai que lindo!
lindo, lindo, lírico.
valsa.

José Leopoldo Torres de Albuquerque Filho disse...

Eu moro em Andaraí e também escrevo poemas, poesias e textos solto, mas ainda não tivesse apoio e nem condições de edita-los. Veja um dos meus trabalhos.


REMORSO INFERNAL
(30/06/05)


Lá ia eu, de bolsos vazios;
Chutando os pedregulhos do caminho,
Seguindo cabisbaixo sem olhar para o céu.
Meu blusão de couro,
Queria eu, acreditar em um ideal;
Seguia, apenas seguia.
Para ser sincero, seguia sem direção
No meu olhar dava para notar a minha dor,
Puxa vida!
A minha musa querida me abandonou.
Queria ignorar esse sofrimento
E acreditar em um ser que tenha piedade,
Que veja o meu horror.
Mais não aparece ninguém
Percebo que essa dor é só minha.
Junto a minha tristeza e também os meus remorsos,
Onde restam sóis lamentos e sonhos.
Sonhos de amores passados,
E eu um pobre coitado;
Esfarrapado.
Transporto na minha face ferramentas leais,
Dignas de um homem.
Levo no meu coração uma paixão,
Que nem a própria morte dará um fim.
Mas o que me mata, é só está insegurança maldita,
Que vida!
E esses lamentos que insistem em me torturar,
Nem pedras encontro mais no caminho para poder chutar,
Apesar desse inferno sem fim.
Inquieta-me, e apenas dor restará,
Nesse meu peito ferido pelo tempo.
E só lamento não poder ajudar-te,
Sem antes resolver esse meu sofrimento.

José Leopoldo Torres de Albuquerque Filho disse...

Veja outro.

SONHO
(30/06/05)


Era noite e serenava,
A luz forte dos refletores brilhava como nunca
O céu continuava belo.
As estrelas eram como enormes vaga-lumes,
Você apareceu alegre como sempre
Teu sorriso era o de mesmo, o, mas puro.
Uma estrela se apagou com a sua chegada,
Até a lua se escondeu;
Linda!
E com conseqüência amá-la-ei.
As flores desabrochavam quando vinham você passar,
Era mesmo linda!
Uma dádiva talvez.
Teus olhos cor de mel, seu rosto de anjo,
Coração límpido, amor.
Que o tempo seja eterno e desvenda os mistérios
Que guarda em teu coração.
Tragarei para te uma aliança,
Teus olhos brilharam uma luz, mas forte que a dos refletores
Teu coração bateu tão forte que pude ouvi-lo,
Tocar uma melodia falando de amores.
Abracei-te, sentir ainda, mas
A nossa felicidade,
Realizamos o nosso grande desejo
O sonho que compartilhamos em segredo
Completamos com um beijo.
Veja as estrelas surgiram e até a lua reapareceu,
Veio testemunhar essa nossa união.
O silêncio nos dominou,
Nesse momento acordei.

Nilson disse...

Grande poema sobre a poesia que se recusa a tomar forma: serão sempre as melhores!

O Neto do Herculano disse...

Salve o dia da poesia!

Bernardo Guimarães disse...

quando ele ler este poema livre...
bem, eu ficaria!