terça-feira, 23 de agosto de 2011
meditação da terça-feira
Não sei distinguir o que é verdadeiro ou falso, o que é real e o que é simulacro; na verdade acho que tudo é encenação. Encenamos e não nos damos conta. E tem muita coisa de moda nisso aí. Quem não quer morrer aos vinte levante a mão. Virou clichê o suicídio, querer morrer para descansar de vez. Tudo é uma repetição exaustiva, a própria dor, o próprio esvaziamento, tudo é tédio, isso sim. O ser humano é um carrossel de imbecilidade, ainda mais por apostar numa autenticidade do "si mesmo". Tudo o que sentimos (ou acreditamos sentir) já foi sentido, e já foi dito, e repetimos nossos pais e avós em sensações e coisas realizadas. O inconsciente coletivo é um grande abismo de símbolos gregários. Por isso talvez não se distingue o que existe e o que é criado, o que é criado e o que existe. O que existe? Tente ao menos uma vez sentar-se na pedra mais alta do mundo e olhar lá embaixo: são mortos ou vivos que caminham pelas ruas? Quem sabe? O que sabemos, de fato? Essas perguntas também não se salvam do lugar comum, do clichê, e parece que não há saída não.
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3 comentários:
Seus textos são como o luar de Gilberto Gil: ..."do luar não há mais nada a dizer"...
Que tudo não passa de uma repetição, parece incontestável verdade, aero, moça. Mas você tem um jeito muito peculiar e prazeroso de escrever, mesmo sobre as coisas que já foram ditas, e das quais já sabíamos antes.
Mas, afinal, que cenário é esse? Andaraiense? Se for, aí é que a dor vem bem mais intensa.
Abraços!
Olha amigo, suas reflexões são as minhas muitas vezes.
Eu também fico assim, parada olhando o mundo e as pessoas e digo pra mim mesma que 'só sei que nada sei', pois o que será realmente realidade?
Adorei!
abraço carioca
Eu também não sei e ainda por cima não consigo aprender. Aprendo é acreditar mais em clichês que quem avisa amigo é, sim senhor :)
beijoss
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