PEDIDO
Ah, viver nas alturas, deixai-me!
Que minha cura está nas nuvens, sob teus olhos,
E a mistura do bem e do mal já não me apavora.
Ah, deixai-me ser uma mulher que voa!
Não é à toa que vim parar aqui, e as pessoas
São feitas de mármore antigo, e não vão embora.
Deixai-me sonhar sempre, e chorar sempre
Nas tardes de domingo, sem hora para parar
Até eu chegar a todas as lágrimas de outrora.
Ah, deixai-me falar de novo a palavra “outrora”!
Deixai-me ser antiga, e, como dizia meu pai, do "tempo zorra",
Longe dos calendários, a somar frases que saíram da moda.
Deixai-me viver a dor, a solidão, o amor!
Não quero nenhuma instrução, a noite já está lá fora...
Noite de sábado, com ares frios de professora.
Este poema vai em homenagem a Mônica Menezes - que criou para mim os epítetos "Mulher que voa" e "mulher das alturas".
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5 comentários:
Mulher alada (há esse também), obrigada pela homenagem. E continue voando bem alto. Beijos.
lindo
Fosse seu oráculo, diria: abra a pasta, liberte os poemas, a vida assim será mais leve, número 10, com louvor. Agradeço a beleza que espalha, abr. (carlos)
ah palavras altaneiras
Que voam, voam
Mas, mesmo incansáveis, pousam
em grandes galhos
No piso, no asfalto
Nos fios de alta tensão
Palavras que elevam
E nos levam também
Pra viver nas alturas
Dessa alada canção
Beleza pura.
bjs
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