sexta-feira, 29 de julho de 2011
fúria
Acordo cedo, faz frio, e pego na estante uma antologia da poesia de Ana Cristina Cesar. O que impede meu total deleite são as notas de rodapé, explicativas, de tão incomensurável poesia. Havia me deleitado com esses versos...
"........................
a gente sempre acha que é
Fernando Pessoa"
...quando vem de lá o "professor explicativo" no rodapé, e diz:
"Ana Cristina emprega o nome do poeta português Fernando Pessoa como sinônimo de "um grande poeta".
Imediatamente recuo: não, não foi assim que entendi. Entendi outra coisa. Não cabe aqui dizer o que entendi, senão matará o poema e interpretações outras. Mas o quero dizer é que senti vontades de engarguelar o "professor explicativo", que deve ser o coordenador da antologia. Senti vontades de matar essa criatura, assim como tenho vontades de matar quem faz coisas assim com todo e qualquer material artístico.
Esses seres corruptos deveriam ser banidos do espaço relacionado à arte, à literatura. Conheço vários professores que agem assim. Todos deveriam ser presos, expulsos desse mundo. Não, não há remissão para esse tipo de pecado.
Imagem: Ana C. Cesar.
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3 comentários:
Verdade,Aero!
A explicação do óbvio é mesmo uma das mais perversas modalidades de tortura. Também não tenho a menor paciência pra isso.
Mas a idiotice tá conseguindo adentrar nos mais improváveis espaços.
Valha-nos, Deus!
O que nos restará, afinal, no final, caso haja final?
Nem tão leve, amiga, mas aliviada sim. Obrigada.
E o melhor de tudo é poder engarguelar, coisa que só nós, do interior, de fato sabemos fazer - e dizer! Concordo com você quanto à explicação inexplicável!!
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