para Carlos Barbosa
Era o mesmo banco de antanho
Conta-se mais duzentos anos
Em que alguns homens entraram
com lâminas e espadas
Repetindo, bravos, as cenas
num encontro em que eu estava.
Eram muitos; todos armados:
Um, inútil criança,
com capuz de homem aranha.
Até então, nada novo
Nem o povo, que da arena
apostava, eufórico,
em quem perde, em quem ganha.
Só que as antigas espadas,
com o passar de tantos anos
se transformaram em fuzis,
metralhadores com artífices,
golpeando nuvens brancas.
Nessa hora, o meu corpo
descobriu-se morto, como antes
E doloroso curvou-se
em peditório aos santos.
E meu corpo não era o único
que compunha tão encontro:
Eram vários circunstantes,
Pois a barca de Caronte
precisa estar lotada
para rumar ao Aqueronte.
E o povo na arquibancada
Aplaudia, encantada,
seus representantes.
Tudo o que se viu e viveu
naquela manhã de fevereiro,
é só um trôpego cordel.
E incólume, aqui, meu corpo
Testemunha sem troféu.
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Um comentário:
Oi, Aérea Persona, somente agora li o texto, que M. havia me adiantado. Sim, João Ubaldo disse que o problema do Brasil é de matéria-prima. Os crimes aqui compensam, desde a Apropriação portuguesa. Continuo pasmo, e não deveria, com o que "cometemos" diuturnamente com nossas sementes. Na luta, com saudades suas, abr. (carlos barbosa)
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