quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Prosa do contra
Festas de final de ano sempre me deixam desconfortável. Nervosa. Irritada. Esse "ter de" passar o Natal ali, "ter de" passar o Reveillon acolá, "ter", "ter"... Muitas vezes renunciei a gente e resolvi passar as duas datas sozinha, muito bem sozinha, na minha casa. Que coisa boa! Nada de festas, nada de cumprimentos, nada de alegria, apenas paz. Uma paz enorme, ao constatar que aquelas datas estavam passando dentro de mim em silêncio, e não em algaravia com um monte de gente. Ah meu Deus, será que preciso mesmo aprender a não ser só? Quero ser só, que diacho. Que me deixem em paz na minha casa de joão de barro, oh. Estou mesmo nervosa hoje. E não só hoje, desde o início dessas festas que não acabam nunca - uma grudada na outra. E este chamado recesso é horroroso. Porque não há recesso em paz. Há recesso com um monte de obrigações. Fazer isso, fazer aquilo. Enquanto que o que desejo é dormir. Dormir um sono longo, longo, longo... E que não me acordem, façam o favor! Almoçar, para quê? Já almocei com algum anjo sem-que-fazer em algum lugar do espaço! Há algo demais em querer a preguiça? Em não querer fazer nada? Em não querer falar nada? Que me deixem com um disco de Bach, só isso, e estarei em paz.
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4 comentários:
A sociedade impõe certas coisas realmente irritantes, concordo com vc, as conversas d fim d ano sao as mesmas e aí vai passar aond? Q saco! Não planejei nd, e c passar em casa ótimo, to bem, obrigado!
De preferência as suites com o cello de Rostropovitch!
Li ( http://arquivoetc.blogspot.com/2007/12/danuza-leo_30.html ) e lembrei deste seu post.
"Quero ser só, que diacho." Adorei. Tem dias que também penso assim. A solidão, às vezes, faz bem. É necessária. Beijo.
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