sábado, 1 de março de 2008

Ao meu grande amigo

João,

Sempre gostei de seu nome, mesmo antes de lhe conhecer. Uma vez até escrevi um conto chamado "Ela, João e o Terno"... E escrevi um poema, aos vinte, que começava assim: "Oh João, eu te amo tanto..." Parece que eu já pressentia... O amor se fazia presente antes mesmo de eu lhe ver vestido nesse nome, nome que amo, indefinidamente.
Porém gosto muito mais ainda de você, João, que de seu nome. Agora tente imaginar o quanto. Não dá. Não se mede tais coisas, como não dá para medir a ternura que há na história de um menino de cinco anos que andava para cima e para baixo, nas ruas de Muritiba, com um peniquinho azul na cabeça. Oh, que coisa mais linda. Nas horas das necessidades, no lugar em que estivesse, o menino abaixava o peniquinho e ali mesmo cumpria seu destino. Há coisa mais doce que isso? Não, não há. A gente ri, João, é porque o riso tem ligações com o amor, com a ternura. A gente ri porque você nos faz rir, sempre. O amor vive em você disfarçado em várias maneiras, e todas elas nos faz dar risadas: numa dancinha de fricote, no meio da sala, a la anos oitenta; no café da manhã quando você nos espera com um abraço jocoso; na maneira de você falar de si mesmo e dos outros... Ah, João, você é impagável. De ti a maldade escapou com medo de rir e foi embora correndo. Como disse um personagem de Zé Lins do Rego, você é uma pessoa "sem bondades", o que quer dizer exatamente o contrário para quem vem da roça, e nós sabemos muito bem disso. O "sem bondades" se aplica na maneira nunca formal de você cuidar das coisas formais; de rir na hora do almoço, do jantar, do acordar, do dormir; de ir trabalhar como quem vai passear na praça: sem paletó e sem pompas; de estar sempre ajudando a quem somente lhe olha... O menino do peniquinho azul ainda existe em você, João: pleno, sábio, e cabe dentro do meu coração, para sempre.

4 comentários:

Anônimo disse...

Que lindo! Os casamentos seriam eternos se todas as mulheres tivessem a sorte de encontrar um "João". Li em algum lugar que "devemos casar com quem nos faz rir".Concordo plenamente.Vai ter muita gente querendo conhecer seu amigo.Gente como João é quase uma raridade encontrar nos nossos dias.

Anônimo disse...

Aeronauta, você é uma pessoa que possui o dom da palavra. O seu. texto muito me emocionou pelo lirismo, pelo sentimento. Obrigado pela bela homenagem, mesmo achando que não mereço tanto. Olha, a amizade duradoura é aquela que nasce despretensiosa e perpetua-se, inclusive, através do riso. Fico feliz ao saber que meu carinho te faz bem. Saiba que a recíproca é verdadeira, então, vida longa a nós e à amizade que nos une.

Kátia Borges disse...

Aeronauta, mais um texto lindo e que poema foi aquele que li aqui! Vontade de roubar ele pra mim. Beijos.

Unknown disse...

Sortudo esse João!