terça-feira, 29 de abril de 2008

Verdade


Sonhava que ias comigo ao Pati. Logo ali em frente. Com as mãos dadas, subíamos e descíamos ladeiras. Chegando no vale uma cena inteira nos esperava: a casa de seu Eduardo, com aquele imenso morro ao lado. Levávamos na mochila, rapadura. E poucas coisas, algumas blusas bem velhas, duas mudas de roupa, uma fartura de quase nada. Diante da primeira pedra, para atravessar o rio, tu me ajudavas: tuas mãos estão molhadas, sinto cada partícula d'água na alma, bem fundo, na alma. No cheiro de mato e vento, alguma coisa nos aguardava. Meu eco respondia, quando tu perguntavas.
Naquela imensidão de fragas tu me abraçavas, eu era tua, como sempre fui, em todas as idades. E a paz absoluta que reinava me dizia que aquele sonho era a única verdade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tá certa, Aeronauta, a única verdade é mesmo o amor. Beijos, até a volta