segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Yemanjá passeia
Do fundo, do mais fundo do mar não consigo enviar notícias. Não sei nadar. Não consigo subir para suspender os braços, como todos os náufragos fazem. Nem mergulhar. Vou afundando, afundando, o mar não tem fim por fora nem por dentro. Yemanjá passeia, sobre as águas, soberana, com seu vestido branco. Se eu conseguisse segurar na ponta daquele manto, subiria sobre as águas, escaparia dos peixes e dos subterrâneos ventos.
Imagem: Yemanjá, por Beto Guilger.
(www.flicker.com)
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9 comentários:
Lindo texto! Lindo mesmo!
Muito obrigada pelo carinho!
Colocarei uma flor no mar pelos meus e-amigos! ;)
Beijos
Lindíssimo, aero. Sensacional. Me deu uma agonia danada da situação do narrador. Isso é que é saber escolher perspectiva para um texto!
Janaína (a Yemanjá só no nome, pois ainda não aprendeu a andar sobre as águas...)
Sempre bom te ler! É como mergulhar, uma imersão na alma do poeta. Melhor ainda se sob a benção de Yemanjá.
Lindo de doer. Beijos
Odo yá!
beijos
"...subterrâneos ventos", fui levado por eles, impressionado com a qualidade do seu texto, grande poeta, prosadora, pensante dolorosa, amiga, gente que rima aeroversos mesmo no fundo do mar, benza deus, longa vida e tudo mais de bom que houver. Abr. (carlos)
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Aquanauta!
Oguntê, Marabô Caiala e Sobá Oloxum, Ynaê Janaína e Iemanjá
Que lindeza.
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