quinta-feira, 5 de abril de 2012

no dia da sua renúncia


No dia da sua renúncia
arrume a casa, espere as núpcias
que um dia aconteceram.
Dê espaço para a festa
solene da dor
Como se fosse impor
mais uma cor
ao arco-íris solitário.

No dia da sua renúncia
Não seja avaro, cultive
suas lembranças
na ânsia de retê-las.
Depois, atire-as fora
uma a uma
na passarela, o desfile

2 comentários:

Adriano Alves disse...

Te juro, Ângela, por tudo que há de mais sagrado em tua poesia, que posso sentir a intensidade e a musicalidade da tua esperança amarga.

Peço licença e te mando um beijo.

M. disse...

Viver intensamente a dor, não se esquivar de nenhuma de suas mãos para, assim, morrer e depois, quem sabe, renascer.

Vejo um novo livro de poesia sendo escrito, um lindo livro, amiga.

Bjs, com amor.