domingo, 23 de março de 2008

Enquanto isso

Um homem que diz me amar segredou-me agora: vá lá, Aeronauta, escreva com letras maiúsculas. Estou aqui tentando. Não é fácil. Dá uma preguiça baixar a tecla do computador... Ele de novo murmurou: fique alegre, Aeronauta, escreva algo alegre no seu blog. Estou tentando. Não é fácil. Esse negócio de dizer coisas alegrinhas não é para mim, nunca foi para mim. Sempre fui do lamento. Do choro. Nasci mesmo para chorar... ou para dar gargalhadas. Risinho de canto de boca não consigo. Ou eu choro ou eu morro de tanto rir. Dizem que sou uma pessoa engraçada. Dizem também que sou ingênua. Dizem tanta coisa de mim. As pessoas falam muito, dão conselhos. E minha irmã veio ontem me aconselhar pelo msn, quando eu lhe respondi: "oxe, menina, está parecendo que você saiu agorinha do programa de Gaspareto...!" É, não podem me acusar de não ter senso de humor. Estou agora, por exemplo, tentando mudar um pouco a atmosfera desse blog. Já que minha aeronave está na terra, e ainda não posso voar, pelo menos preciso mudar o clima de velório que paira por aqui. Quero dizer que não estou triste, estou mesmo é com raiva. Uma raiva tirana. Não sei o alvo. Por isso não posso sair por aí atirando a torto e a direito. Não sou anjo, quem dera, nunca serei. Apenas ensaio viagens pelo ar para que a vida se torne mais leve. Mas a raiva me deixou pesada, gorda. Estou fazendo dieta para depois levantar vôo. Enquanto isso, minha arma secreta aguarda.