AOS DOMINGOS
Por que será que aos domingos não consigo viver?
Dou um passo, pego meu travesseiro, vou dormir.
O dia inteiro é longo, desmedido, e de castigo
ponho meus sonhos para morrer.
Ponho meus sonhos para morrer, é fácil isso.
É só deitar de bruços, o queixo sobre os dedos
entrelaçados, como num ato de sacrifício.
Precipícios me esperam, deslizo sem medos.
Deslizo sem medos nessa ausência de meu corpo
sobre o universo de um dia morto; e o vácuo
que me transporta, se solta e me acorda
num grito sem volúpia, bem do lado do peito.
Bem do lado do peito, para eu sentir o gosto
das vagas, do vazio, das vastidões absolutas
sem poesia, ou filosofias, mas com o anjo torto
de Carlos, intimidando a minha alma gauche.
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Um comentário:
Como aquela música do Titãs: Domingo eu quero ver, o Domingo passar, Domingo eu quero ver, o Domingo acabar...
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