sábado, 5 de maio de 2012

todos os débitos

Devo tanta coisa ao mundo:
respostas às cartas recebidas
há dez anos atrás;
emails atrasados
recibos estrangulados
nas gavetas
contas de luz, água,
faturas de compras
envelhecidas;
tudo, tudo me chama
num clamor absurdo
e desmedido.

Devo tanta coisa ao mundo:
aquele texto nunca enviado
para uma revista literária;
a organização dos livros
a organização dos filmes
a organização da casa.
O favor que anunciei
com bondade exagerada;
O esquecimento sem assombro...

Devo tudo.

3 comentários:

M. disse...

Quem bom que, daquele verso, dito desprentensiosamente em uma conversa, nasceu um poema. Bjs

aeronauta disse...

É verdade! Sabe que havia me esquecido? (rs) Bjos

Anônimo disse...

Se tens débitos, não sei. Mas que tens créditos, sou testemunha. Bj grande. Saudades!