terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A lamparina

Segundo Ricardo Piglia (em "O último leitor"), Kafka enviou à sua possível pretendente Felice (como a preveni-la) o seguinte poema chinês do século XVIII, de autoria de Yan Tsen-tsai:

NA NOITE PROFUNDA
Na noite fria, absorto na leitura
de meu livro, esqueci-me da hora de ir deitar.
Os perfumes de minha colcha bordada em ouro
se dissiparam e o fogo se apagou.
Minha bela amiga, que até então a duras penas
dominara sua ira, toma de mim a lamparina
e me pergunta: Sabe que horas são?


Tomar a lamparina é mesmo a terrível "cena da interrupção". Quero ler, me deixem em paz, deixem eu amanhecer o dia com meu livro!!!!!!!

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