quinta-feira, 24 de setembro de 2009
resoluta e firme
Florentino Ariza esperou cinquenta e poucos anos, alguns meses e alguns dias. Juvenal Urbino era a peça pior do triângulo: conseguiu viver aqueles cinquenta e poucos anos, alguns meses e alguns dias. Para onde vão esses anos? No vácuo de todas as esperanças, resistem incólumes, sem nenhuma lembrança que perdure, que interrompa a espera. Juvenal Urbino viveu, Florentino sonhou. Fermina Daza, a amada: nos cinquenta e nos anos seguintes. A pior peça do triângulo precisa morrer, Florentino quer. E aguarda. E consegue. A vida às vezes é benéfica: aquele besta história de quem ri por último. Mesmo que seja rir com setenta. Enfim, Florentino mais inteligente que Werther. Que suicídio, o quê! Melhor esperar a morte da pior peça do triângulo: o eleito. Arquétipo da obsessão esperançosa, Florentino guia os amantes do impossível: cinquenta, ou cinco, ou dez, ou quinze, aqui estarei, resoluta e firme.
Imagem: "A espera" Marli Cincotto. Galeria de Artexplorer.
(www.flickr.com)
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11 comentários:
O amor nos tempos do cólera é, na verdade, de um romantismo singular. Não esqueço, porém, das palavras do escritor baiano Guido Guerra quando tomou posse na ALB. Ele se referiu à esposa dizendo que ela não precisou ser impossível para ser eterna no coração dele. Jamais esquecerei! Lendo esta postagem, embora nos remeta diretamente a Gabriel García Márquez, fico com Guido Guerra: romantismo mais singular ainda.
"O amor nos tempos do cólera" é um livro que me marcou profundamente. Li por indicação de uma professora de inglês que tive no cursinho pré-vestibular. Eu tenho costume de anotar sugestões de leitura. Tempos mais tarde, qdo já estava na faculdade, peguei o livro emprestado na biblioteca e me encantei com a história. Tb vi o filme há pouco tempo e gostei bastante, o que não é muito comum.
Vc se "apropiou" muito bem das personagens de Gabriel García Marquez. :-)
Às vezes, quem morre é a esperada peça do triângulo.
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que bom, as imagens do blogger resolveram voltar
Aero, adorei o texto, como sempre. Agora, uma pergunta que não quer calar: como você conseguiu colocar a imagem no blogger? O meu agora está sem deixar colocar a imagem, também. O que faço? Um beijo.
Para Lidi e todas as pessoas que testemunharam o meu drama com o blogger:
Foi minha irmã quem conseguiu (só ela mesma): percebeu que eu não tinha renovado o contrato (que aparece do lado quando manda adicionar). É só clicar na renovação e o uplod (nem sei se é assim que se escreve) volta a ficar cor de abóbora forte. Bjos.
Um de meus livros preferidos, um belo, estranho texto seu.
Aero, que bom que seu blogue voltou ao normal. Não sei o que eu fiz, mas o meu voltou, também. :) Um beijo.
Vivaaa! Que bom, guria, que você conseguiu postar suas mensagens com imagens. O seu texto é maravilhoso, mas a gente vai se acostumando com as fotos e acaba sentindo mesmo falta delas.
Parabéns!
Amiga,
É sempre um prazer visitar sua casa. Ótimo texto. Como sempre.
Bjs,
Renata
Amiga,
É sempre um prazer visitar sua casa. Ótimo texto. Como sempre.
Bjs,
Renata
Um livro da minha lista de preferidos embora a esperança não seja o meu forte.
Belo texto!
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