quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Encenando para Deus

Às vezes vejo a vida como dias amontoados, uns sobre os outros, sem lógica nenhuma. O mesmo sol, a mesma bruma, a mesma nuvem, a mesma ausência. Por trás de suas cortinas, Deus deve rir de nós, espertalhões que desejaram viver. Deus deve rir seus risos mais sarcásticos, mais irônicos, mais límpidos: Oh, ilusórias criaturas humanas, és simulacros, ao cabo e ao fim! Do outro lado escuto e digo, encenando para Deus: Oh diretor experimentalista, esse teatro me cansa, me entedia; me ensina uma de tuas danças, um de teus poemas, uma de tuas canções!
Deus, impassível, rege sua orquestra sem graça, de costas para mim.

2 comentários:

Anônimo disse...

Hoje não foi preciso recorrer a NIETZSCHE para suportar a dor, bastou encenar para DEUS. Obrigado.

Bicho do mato (na cidade grande)

aeronauta disse...

Oh, Bicho do mato, que bom que você saiu realmente do mato e veio parar no meu blogue! E ainda falando de Nietzsche... Sempre soube de sua veia filosófica. Volte sempre, tá? Abraços.