terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Briga


Por falar em briga, lembrei de uma - antológica - contada por minha irmã:

Linda e Aldinete. Aliás, Aldinete e Linda.
Aldinete era a "maioral" da escola: batia em todo mundo, até nos meninos marmanjos.
Linda, uma menina boazinha, mas que falava mal de Aldinete... sem ver que Aldinete a ouvia, nas suas costas. Só deu tempo uma voz forte soar:

- Lá fora te pego. (Claro, voz de Aldinete)

Depois desse momento, a aula não foi mais a mesma para Linda. Como enfrentar Aldinete lá fora?
Pois bem. A aula terminou e Aldinete partiu na frente igual a um avião. Esperou todo mundo sair, e cadê Linda?
A última da escola. Enfim saiu.
Naquele tempo, pra começar uma briga era necessário um preâmbulo, as preliminares... Aí Aldinete disse:

- Me dê um tapa!

Linda prontamente respondeu:

- Eu só lhe dou um tapa se você me der um beliscão.

Aldinete torceu o beliscão no braço gordo de Linda. E esperou. Nada.

- Me belisque! - gritou Aldinete.

- Eu só lhe belisco se você me der um cascudo.

Croc! Fortíssimo.

- Me dê outro! (Aldinete já estava vermelha de ódio)

- Eu só lhe dou um cascudo se você me der um empurrão!

Veio de lá um empurrão tão grande que a coitada caiu no bueiro. Aldinete pediu pelo amor de Deus pra ela revidar. Só que...

- Eu só olhe dou um empurrão se você me der um tapa na cara!

O tabefe maior do mundo foi parar na cara da outra...

Aí, como aquilo tudo já estava lhe cansando, Aldinete arrumou a pasta e saiu, com uma voz decepcionada:

- Ah, você não é de briga não!


Imagem:www.flickr.com

10 comentários:

Marcus Gusmão disse...

Quando uma não quer... apenas apanha.

Senhorita B. disse...

Obrigada por tudo, Nauta!
Bjs

Anônimo disse...

Risos e mais risos. A Linda não era de brigar, era de apanhar. A decepção de Aldinete confirma: não tem graça bater em quem não tem medo de apanhar.

Unknown disse...

Grande Linda! "Drobrou" Aldinete na pirraça. Valeu o caso, Aero.
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Estou há dias para dizer: você

Bernardo Guimarães disse...

no meu tempo de menino, briga programada, sangue frio, alguem de fora dizia a um: ele xingou sua mãe de puta! era o mote.
tinha também: "pegava-se" uma mecha de cabelo de cada e trocava de cabeça com a frase: vá buscar o seu; ou: cuspe no chão: quem pisar primeiro tá chamando o outro de viado! pau quebrava na hora!

Unknown disse...

essamenina, estou "dodô". Mandei antes de terminar, você está uma expert na escolha de imagens na net. Cada imagem linda!

Nilson disse...

Delícia de briga. Delícia de texto. Sobre o post abaixo: tb sou vidrado em Borges, que tb apareceu lá no Chorik.

Menina da Ilha disse...

Por que você não contou o que aconteceu no outro dia dessa briga?

Anônimo disse...

Após a inquietude da tempestade, a calmaria do sol brilhante...
Após a correnteza violenta de um rio ligeiro a calmaria de um lago cristalino...
Após as incertezas iterpretativas, a compreensão...
Enfim, após Rosa o Amado, não o Jorge, mas o Genolino.
Depois das Primeiras Estórias de linguangem densa e de não tão fácil entendimento, me encontro com um Reino Perdido. De histórias diversas que com simpliciade e leveza me conduziram a ver o lado humano do professor.
Genolino Amado ao transcrever as trilhas des eu Reino Perdido, nos leva por camimhos de humanidades. Ao término da leitura e porque não Viagem? nos sentimos outros. As esperanças de que a educação pode salvar vidas se renovam. Ganhamos forças para continuar acreditando e trabalhando paraque algo bom aconteça. Desejo um dia pode ser "um professor em lua-de-mel com o ensino" e usar minhas forças intelectuais, fisicas e humanas a favor da boa educação.
O que aprendi: o professor nada mais é de que um ser humano intruido para salvar vidas e orientá-las nas trilhas do saber.


Atensiosamente:
O anônimo que vc conhece

aeronauta disse...

Maria: obrigada. Há muitas imagens lindas na flickr.
Menina da ilha: estou esperando você contar o resto.
Anônimo querido: adorei saber das leituras. E de Genolino Amado, então! (coloquei um recadinho lá no seu blogue)