quinta-feira, 20 de junho de 2013

a mulher e o mendigo


Desejo teu corpo. Poderia dizer isso de maneira poética.
Mas não dá. Tenho que dizer sem metáforas, de forma direta.
Tal qual com fome o mendigo pede coisas na sarjeta.
De maneira direta, sem análise complexa.
Não que eu seja esperta, mas minha carne implora
a tua, sem subterfúgios metonímicos.
E quando o desejo grita o verbo da alma
e o vago anímico lateja ardente
é premente que se peça,
que se implore,
que se verbalize em voz alta.



(Poema escrito em 02 de janeiro de 2008, do meu inédito "Livro de Preces")


Um comentário:

Sandra Pereira disse...

Gritemos pois os desejos da alma...e que belos gritos serão...música aos meus ouvidos! Pois o aspecto "bem educado", cálido, tranquilo e controlado, da sociedade erguida em boa parte do planeta, não atende mais aos anseios de uma criança sequer. Nunca fui envergonhada para expor meus sentimentos, sejam eles "bons" ou "maus", fazendo parte de mim, é o que tenho a oferecer.