domingo, 23 de junho de 2013

Interdito




Teu silêncio, tua falta de eloquência, tuas mensagens curtas
Tudo isso me separa de ti como se separa um século do outro:
com muitas mortes, vidas torturadas, tumultos de uma História
que se acaba.
Teu medo diante do nada que eu sou, em forma de Vida,
anima meus sonhos, mas me interdita, me faz mulher que se esconde
(em sua própria casa) das visitas.
Me escondo com minhas palavras proibidas,
mas pretendendo ser seguida por ti: lida, pelo menos,
dentro do fosso, na parte mais baixa do porão,
onde só os ratos e os gatos transitam
em festa íntima.



Imagem: Cena do filme "O Leitor" (2008).

Um comentário:

M. disse...

De dentro do fosso, a tua poesia ecoa. Linda.