quarta-feira, 19 de junho de 2013

como esquecer?


Como esquecer o detalhe daqueles dedos da mão direita todos olhando para cima, juntinhos, coladinhos um no outro? A quentura de uma pele doce a despeito da violência que nutria? O encantamento dos primeiros anos, aquele amor imenso finalmente saindo pelos meus poros e lhe doando? E o erro, sempre o erro, estragando tudo: para o amor, a maledicência não tem cura, não dura, o amor não dura à mal querência. Mas como esquecer detalhes mínimos: sobrancelha direita falhando no meio, olhos escuros meio tortos e um jeito peculiar de me abraçar para se desviar da morte?


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