quarta-feira, 8 de abril de 2009

Oração


Ah, tenho uma preguiça de viver. E é uma preguiça tão grande, e é uma preguiça tão longa, e é uma preguiça tão triste. Ah Quintana, bata as asas na minha porta e me acode nesse desaparecimento, nessa história sobrenatural. Me leve contigo onde tu agora existes, nos convescotes de antanho; conversando com Machado, com Cecília, com Carlos Drummond de Andrade. Ah, é muita preguiça, Quintana. Dessa tu nunca tiveste. Me cante um verso para que eu me deite e só desperte aí, bem perto de ti. Sentirei a leveza da aterrissagem, um ventinho tocando meu braço, e vozes, vozes vindas dos convescotes, de teus/nossos amigos nos esperando. Cecília com aquele sorriso largo, Bandeira de braço dado com Machado, e Carlos Drummond de Andrade sólido, de ferro, de aço, mais triste do que eu.



Imagem: Mario Quintana, por André Roca.
(www.flickr.com)

4 comentários:

Anônimo disse...

Ah! francamente, Aero!
Eles lá e nós cá.

Bernardo Guimarães disse...

Pôxa!
como diz o povo daqui dos interiores:
"Lá ele!"

aeronauta disse...

Quiá, quiá, quiá!

aeronauta disse...

Ops!, meninos, o quiá, quiá, quiá é risada mesmo!