terça-feira, 15 de julho de 2008

Girando...

O que nos leva a acreditar que existimos? Os nossos cinco sentidos muito mal utilizados? Até hoje desacredito que existo. Não consigo muito prestar atenção aos sentidos, estou sempre em outro lugar. Quando entrei na escola, aos seis anos, era assim. Eu nunca estava ali, chorava porque na verdade eu estava em casa, ao lado de minha mãe. E naquele lugar ela desaparecia.
Nunca me senti de corpo inteiro no que chamam de realidade. E quando tento saio logo, desesperadamente. Vou buscar outro mundo, salto o muro, transgressora sem rumo, em busca de alguma coisa que nem sei o que é. Talvez o lirismo, talvez uma certa lua de minha infância que clareava as danças de roda de um tempo que não se esgota... Gira, gira, gira, para sempre. E eu vou girando, girando até cair no chão, atônita ao ver que a existência é sempre outra, que eu não sou eu, sou talvez um pouco que restou de "Titia", louca municipal que se enfeitava com roupas de plástico e colares de canudos.

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