terça-feira, 26 de agosto de 2008

O Eremita

O que é que eu gosto no eremita? Ah, seu isolamento total de mim. Seu olhar vago, seu amor inacessível. Os cheiros que ele guarda, por mim adivinhados quando estou por perto, ou quando estou longe. Amo imensamente sua alma, escondida, sempre sofrendo, sempre sofrendo, querendo algo que ele não sabe o que é. Perde-se no círculo de meu destino, sem pouso algum; e me ama, eu sei, com a força de todos os séculos nos quais já vivi. E desse amor destila um alimento agridoce, que alimenta meu corpo no mundo.

Um comentário:

Carlos Rafael Dias disse...

Meu maior sonho é ser um eremita. Mas, simplesmente, não consigo. Meu erro é ser mundano, sociável, gostar de aborrecer os outros e por esses ser aborrecidos.