quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Sem legendas
Que coisa estranha a afinidade! Era talvez o que meus olhos diziam, sempre tristes, sempre com medo. E numa festa! Eu e minha irmã com nossos vestidos de carrocinha de flores, iguaizinhos! Até os capotes... iguais. Minha irmã, com a cara mais sonsa do mundo, agiu rápido como sempre e foi se sentar no colo de pai. O que me esperava era o colo de mãe, mas não quis, fiquei somente perto dela. Oh, tinha fratelli na mesa, pai estava rindo, tão contente! Linda esta família, linda, linda. Meus olhos tristes diziam coisas pra mim, para eu hoje descobrir, olhando do lado de cá, continuamente só...
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15 comentários:
Sei olhar nao eh triste, eh um olhar fotografico, captando todos os momentos daquele peculiar lugar e momento, para hj nos escrever contos tao fidedignos
Os seus olhos pareciam ver muito mais do que normalmente vemos. Olhos de poeta. Bjs.
São olhos de interrogaçao, que continuaram vida afora.
Como lembro e me identifico com estas garrafas, estas mesas de fórmica, este universo nobre e afetivo do nosso sertão!
Agora, a alegria do seu pai pode ser explicada também por esta garrafa completamente vazia. Um Royal Label?
Soraya completa e diz que seus olhos não são tristes, são sérios, ensimesmados, de quem é virada pra dentro, de quem olha o mundo e o traz pra dentro. Já o de sua irmã é malicioso e espevitado. Um pouco ela e a irmã. Concordo.
Não vi tristeza em seu olhar, não. O que deu pra ver é que devia sacar tudo já desde pequenininha... Amei esse post!
sobre o olhar: concordo com os colegas acima. Fotografia! estamos todos em todas essas fotos (parodiando você)
Também não vejo tristeza em seus olhos. Vejo o medo que vc sempre teve de tirar retratos. Já para mim, essa era a melhor parte da festa.
Críticas: que bom que você apareceu!
Mônica: seu olhar sensível enxerga tudo.
Marcus: amei suas anotações sobre a mesa, as bebidas... Outra coisa: vi seu texto lá no licuri, mandei um comentário mas, como sempre, não foi publicado...(ô spans estranhos!)
Personagem: Acho que sim, já sacava tudo desse mundinho... Obrigada, querida, mais uma vez.
Maria: eu que estou parodiando você, lendo fotografias...
Menina da ilha, irmã minha: você vai direto ao "xis" da questão: "medo de tirar retrato" (rs).
Cheguei tarde, afinal moro no interior, mas em tempo de também comentar. de todos os detalhes, a fórmica, a fratelli, o possível Royal ( ou Drink Dreher)a alegria estampada do pai ou a contida da mãe, o que salta da foto é "o" olhar. ponto.
Cheguei atrasado porque moro no interior.
Todos os detalhes, a fórmica, a fratelli, o provável Royal Label (talvez Drink Dreher),os vestidinhos iguais, a alegria escancarada do pai e a contida da mãe, não desviam o nosso olhar para "o olhar", objeto principal da foto. Simplesmente o mais profundo olhar de uma criança que se tornaria poeta.
Deu pra sentir o gosto adocicado de Fratelli Vita, ouvir a zoeira de casa cheia, voltar a viver aquela inocência que só as crianças do interior quando só pegava um canal de TV e isso era coisa pra assistir com muita parcimônia. Inocente sem ser besta, como vocês duas, vivíssimas, aí na foto. E é interessante ver, de alguém que não se conhece pessoalmente, logo a sua foto quando criança.
Não, Nauta, seu olhar não é triste: é apenas o de alguém que já consentiu estar viva e sabe o peso disso.
Aeronauta, nao vi esse olhar triste, acho que só vc viu isso. Deve ser uma vontade de se sentir eternamente a vítima, não é?
E sua irmã mostra-se ser uma pessoa de muita coragem, coisa que parece que vc não tem. Se queria ficar com o seu pai, por que não tomou a iniciativa???
Esse blog deveria se chamar "Choronauta" ou "Lamentonauta" ao inves de Aeronauta.
Nunca perca os olhos de sua infantilidade...
Aérea Persona, essa fotografia é uma jóia preciosa. Sua vida, seus textos, seu choro, tudo em você é precioso. Abr. e minha amizade, (carlos)
apareceu a margaridinha! e que triste nada, cheia de charme, dando uma de existencialista...
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